Escola Agrária de Beja: ensino focado no potencial da região

A Escola Superior Agrária (ESA) integra o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), e a sua criação reporta-se a 1985, mas somente iniciou o funcionamento em 1986/87 com os bacharelatos da Produção Agrícola e Animal, e em 1989/90 o das Tecnologias Alimentares.

Artigo da Diretora da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja | Maria João Carvalho

Atualmente, a ESA tem uma oferta de formação alicerçada nos três eixos determinantes da região: Agronomia, Alimentar e Ambiente, pelo que a génese dos diferentes ciclos de estudo tem como foco, o desenvolvimento de aprendizagens ativas, oferecendo um vasto leque de formação a uma população de estudantes com proveniência de Beja, Évora, Faro, Setúbal e Lisboa, contando com um corpo docente doutorado, e com uma equipa de não docentes, os quais são fundamentais no apoio a uma instituição de ensino superior adequadamente equipada, e cuja meta fundamental é a formação técnico-científica e cultural numa perspetiva  de aprendizagem ao longo da vida.

A oferta formativa compreende 8 CTESP’s (Agropecuária Mediterrânica, Análises Laboratoriais, Culturas Regadas, Olivicultura, Azeite e Azeitona de mesa, Sistemas de Proteção do Ambiente, Tecnologia e Inovação Alimentar, Tecnologias Agroambientais e Sustentabilidade e Viticultura e Enologia), 4 Licenciaturas acreditadas pela A3ES: Agronomia, Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Engenharia do Ambiente e Tecnologias Bioanalíticas, as quais não conseguem dar resposta suficiente às necessidades do tecido agroindustrial da região e limítrofes, havendo uma constante procura de diplomados para a região Oeste, Ribatejo, Alentejo e Algarve. Em 2021 iniciou uma Pós-Graduação em Gestão Sustentável do Setor Olivícola, em regime pós-laboral, e em termos de Mestrados acreditados (A3ES) são 3 as ofertas: Agronomia, Engenharia Alimentar e Engenharia do Ambiente.

Em pleno século XXI, e nunca perdendo o foco da sua missão principal – o ensino focado no desenvolvimento do potencial da região – a ESA tem abraçado motivantes desafios, mantendo-se contextualizada com as dinâmicas da sustentabilidade ambiental dos setores agroalimentares, e concomitantemente, com as inovações da Eco-ecomonia.

Azeites, queijos, vinhos, enchidos, e pães, entre outros, produzidos no Alentejo refletem os séculos de tradição e muita Portugalidade, e são essas caraterísticas que nos impulsionam todos os dias para que continue na ESA a fomentar fortes ligações com as empresas agroindustriais da região. Um forte parêntesis à empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, a EDIA, pois foi determinante para a região a conquista da água, a qual é o denominador comum de todos nós, facultando o crescimento exponencial do setor agroalimentar, no sentido de otimizar as mais-valias das condições edafoclimáticas de um Alentejo tão único – o Baixo-Alentejo.

Por último destaca-se a internacionalização do IPBeja, e em particular da ESA, a qual na era da globalização e da concretização do espaço europeu, tem apostado na internacionalização dos cursos como sendo fundamental, não apenas para o aumento de divulgação e visibilidade da Instituição, mas também para o próprio desenvolvimento pessoal e profissional da comunidade escolar, tendo uma postura proativa de relacionamento e interação com outras Instituições congéneres, promovendo a mobilidade internacional de estudantes, docentes e pessoal não docente.

Nota: artigo publicado na Edição N.º 135 da Revista Jovens Agricultores, da AJAP. A sua reprodução, parcial ou na íntegra, requer autorização prévia da AJAP.