40 anos da AJAP: o testemunho de António Serrano

Em 2023, a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) celebrou 40 anos. Quatro décadas depois, além de ter reforçado a sua missão de defesa dos Jovens Agricultores (JA), a nível nacional e além-fronteiras, a AJAP presta atualmente um vasto conjunto de serviços ao setor. Na última edição da revista Jovens Agricultores, assinalamos a data, ouvimos alguns ex-Ministros da Agricultura e fomos saber que importância consideram que tem a AJAP no panorama associativo da Agricultura portuguesa. Partilhamos hoje o testemunho de António Serrano.

“A AJAP tem feito um trabalho muito importante, não só com os JA como no JER”

É de louvar e felicitar uma associação como a de Jovens Agricultores resistir durante 40 anos e afirmar-se no quadro nacional, da Política Agrícola e no âmbito do desenvolvimento em Portugal. Acho que tem sido uma caminhada com mérito, percorrida por várias gerações de agricultores e de jovens. Claro que os jovens no setor são cada vez menos e esse é um dos principais problemas que temos na Agricultura em Portugal, com um envelhecimento muito grande, quer das estruturas associativas, quer no tecido empresarial e a entrada de jovens não tem sido suficiente para contrariar este envelhecimento e abandono da atividade agrícola. Neste contexto, a AJAP é fundamental para ajudar e tentar contrariar este cenário.

Acho que a AJAP tem feito um trabalho muito importante, não só com os JA como também na extensão para a figura do Jovem Empresário Rural (JER), que começou muito bem. Lembro-me de ter falado com a associação, em 2009, sobre esse conceito, e sempre achei a ideia muito boa, porque no fundo o jovem que se fixa no Interior desenvolve outras atividades conexas, que são importantes para fixar pessoas no Interior. Temos um país cada vez mais desertificado e abandonado, com aldeias e zonas florestais completamente vazias. O País não tem sabido contrariar esta tendência. Nas últimas décadas, a Agricultura tem sido um setor pouco prioritário e não tem sido estratégico. É essencial um setor primário que nos alimente. É por isso que considero que a AJAP tem essa função, não só de atrair os jovens, mas também contrariar as mensagens negativas contra o setor. Só assim podemos trabalhar na defesa do nosso sistema de produção, do mundo rural e do Interior.

Nota: testemunho inserido na reportagem sobre os 40 anos da AJAP na edição n.º 136 da Revista Jovens Agricultores, da AJAP. A sua reprodução, parcial ou na íntegra, está sujeita a autorização da AJAP. 

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