A 16 de fevereiro, foi apresentado, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o estudo ‘Perspetivas para a valorização da Floresta Portuguesa’, desenvolvido pela Boston Consulting Group (BCG).
O documento revela que a “rápida atuação, baseada num claro compromisso entre atores públicos e privados, sobre a definição e concretização de uma visão para uma floresta portuguesa mais produtiva e sustentável tem um impacto de mais de 500 milhões de euros por ano na economia, podendo gerar mais de 16.500 postos de trabalho e aumentar a absorção de carbono em 200 kilotoneladas de CO2 por ano”.
Em comunicado, a BCG refere que, “caso não haja um reforço da governança dos recursos florestais e articulação de incentivos que mobilizem instituições e proprietários, o ciclo vicioso poderá gerar a libertação de 50 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera em incêndios e a perda de 12.500 postos de trabalho e de cerca de 350 milhões de euros de PIB por ano, em linha com cenário inercial prospetivo já inscrito no Programa Nacional de Ação (PNA) para a gestão integrada dos fogos rurais (Resolução de Conselho de Ministros n.º 71-A/2021, de 8 de junho)”.
De acordo com o estudo, a floresta portuguesa – que inclui espaços florestais arborizados, matos e pastagens – “tem um valor social, ambiental e económico inquestionáveis”: ocupa 70% do território, habitando em zonas rurais 14% da população; absorve cerca de 4% das emissões de CO2; contribui para a regularização dos regimes hídricos e biodiversidade, e gera, anualmente, um valor equivalente a cerca de 4 mil milhões de euros para a economia nacional.
O Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, afirmou, na sessão de apresentação do estudo, que o primeiro ponto importante para desenvolver o plano de ação proposto é “devolver a economia aos territórios e desenvolver as economias locais”.
“É isso que estamos a tentar fazer em articulação com o Ministério do Ambiente e da Ação Climática”, disse o Ministro, explicando que “o facto de termos politécnicos e universidades espalhados pelo interior do País, criou nesses territórios dínamos para o desenvolvimento local. Termos em Bragança, Castelo Branco, Elvas ou Santarém grandes polos de tecnologias agrícolas que estão em desenvolvimento, tem trazido saber e conhecimento e pode ter impacto na reversão da condição agrícola do País”.
António Costa Silva disse que “uma das grandes medidas será a questão do emparcelamento”, de perceber “como é que poderemos fomentar através de incentivos fiscais uma espécie de gestão agregada da floresta e do território”.