Articulação no espaço rural precisa-se

Perante os recentes acontecimentos verificados com a morte de algumas dezenas de animais de companhia em Santo Tirso, temos assistido a um conjunto vasto de reações não só diretamente ligados ao setor agrícola como de outros no universo do conhecimento nestas áreas, inclusive da sociedade civil.

A AJAP corrobora com as opiniões ventiladas na maioria dos comunicados divulgados, sendo que importa vincar que este setor não pode ficar esvaziado da representatividade do Estado, refletidas no seu ministério e seus organismos. 

A agricultura, pecuária, floresta, ambiente, preservação da natureza, recursos naturais e atividades não agrícolas associadas ao espaço rural, apesar de atualmente se distenderem por três Ministérios; da Agricultura, do Ambiente e da Coesão não nos parece descabida, desde que a articulação de todos e o superior interesse do país e dos portugueses, esteja acima de querelas e questiúnculas da governação e dos poderes ou falta deles dos seus principais interlocutores e responsáveis.

Posto isto importa sublinhar que este episódio da morte de muitos animais devido a um incêndio, tem necessariamente responsáveis, a DGAV e o município têm seguramente a sua quota-parte e, são essas que importa analisar e averiguar antes que decisões políticas da abrangência como as verificadas tenham lugar.

Esperemos que o bom senso impere e que tudo seja feito para restabelecer e reintroduzir na DGAV o que lhe foi retirado, pois ninguém tem dúvidas da sua enorme importância, do seu enorme prestígio, e da confiança que confere aos cidadãos relativa aos riscos para a saúde humana de todos os produtos agrícolas, pecuários, transformados e outros que são rastreabilizados e devidamente testados, quer sejam da produção nacional para consumo nacional, exportados e importados. Esta é apenas uma das muitas funções que um organismo desta dimensão e responsabilidade comporta, para além da promoção das raças autóctones, do bem-estar animal e do controlo das muitas substâncias ativas utilizadas para o combate de pragas e doenças do universo animal e vegetal.

A importância que o Ministério da Agricultura possui, em Portugal na Europa e em qualquer país do Mundo, na nossa opinião não se pode reduzir a caprichos políticos, que obviamente em democracia respeitamos, devemos até ponderar as suas propostas e inclusive alterar procedimentos sempre que se justifique. 

Contudo tendo bem presente que todos temos necessidade de nos alimentar diariamente, e independentemente das preferências de cada um, muito devemos aos agricultores que cada vez mais fazem parte de um ecossistema abrangente e integrado nos territórios.