As principais técnicas a que a Agricultura Verde recorre são antigas, precedendo a era da industrialização em massa que revolucionou o mundo agrícola.
Destacamos três das mais importantes:
1. Rotação de culturas, para melhorar ou manter a produtividade do solo;
2. Controlo de pragas agrícolas e de insetos transmissores de doenças, através da utilização dos seus inimigos naturais: outros insetos benéficos, predadores, parasitoides e microorganismos;
3. Cobertura do solo com palha ou matéria orgânica, ajudando, desta forma, a manter a humidade ideal e a regular a temperatura.
A recolha e análise de dados, em tempo real, que as novas tecnologias possibilitam, ajudam também os agricultores a tomarem melhores decisões, mais rapidamente, e a evitar desperdícios e danos às culturas.
Como podem os produtores contribuir?
1. Através da limitação de expansão de terras agrícolas, para que se consiga preservar ecossistemas;
2. Fazendo uma correta gestão da água utilizada, recorrendo, por exemplo, à irrigação de precisão, utilização de água da chuva, reciclagem de água e a gestão de drenagem;
3. Recorrendo a práticas como a rotação de culturas e o cultivo mínimo, para ajudar a reduzir a erosão dos solos;
4. Adotando práticas agrícolas integradas, que combinem métodos de controlo biológico com o uso criterioso de pesticidas e fertilizantes, para reduzir o impacto ambiental dos produtos químicos na agricultura;
5. Protegendo a biodiversidade: criando, por exemplo, habitats naturais para animais e plantas selvagens, e preservando plantas e animais em risco de extinção;
6. Adotando energias renováveis, como a energia solar e a eólica, que podem ajudar a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a diminuir a emissão de Gases de Efeito de Estufa (GEE);
7. Promovendo o comércio justo, no sentido de garantir preços justos para os produtos. A adoção de sistemas de certificação pode ajudar a assegurar que os produtos sejam produzidos de forma ética e sustentável.
Contributo dos consumidores
1. Reduzindo o consumo de proteína animal, diversificando a dieta. As leguminosas, as ervilhas, o feijão e o grão-de-bico são fontes de proteína, alternativas à carne, que devem ser consideradas mais frequentemente;
2. Optando por alimentos locais (ajudando a reduzir a pegada de carbono associada ao transporte), orgânicos e sazonais, produzidos de forma sustentável;
3. Evitando o excesso de embalagens que, provavelmente, vão acabar no lixo;
4. Reduzindo o desperdício de alimentos. Comprando apenas o que é necessário e fazendo compostagem dos desperdícios alimentares. Esta prática pode reduzir as emissões globais de carbono, segundo considera as Nações Unidas;
5. Cultivando os seus próprios alimentos;
6. Apoiando organizações e projetos que promovam sistemas alimentares sustentáveis.
Nota: artigo publicado no Suplemento N.º 138 – Agricultura Verde, da AJAP. A sua reprodução, parcial ou na íntegra, requer autorização prévia da AJAP.