Academia Agro entrega mais certificados de formação em Maputo – Moçambique

Teve lugar na manhã desta segunda-feira, 28 de outubro, na Matola, Maputo, em Moçambique, a cerimónia de entrega dos certificados e Kit Agro, de mais uma ação de formação, curso Base Agricultura II, promovido pela Academia Agro.

A Academia Agro é uma iniciativa conjunta da Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP-ONGD/Moçambique), da Federação Nacional das Associações Agrárias de Moçambique (Fenagri) e de várias empresas moçambicanas da área de distribuição de fatores de produção – Tecap, Bayer, Centrocar, Nutagri, Husqvarna, BCS, Joper/Tomix e Magos Irrigation System. O projeto visa promover formação profissional agrícola e capacitação, contando com uma componente prática muito forte, a preços baixos para todos os que pretendem fazer formação em várias componentes dos setores agrícola e agro em Moçambique.

O evento contou com a intervenção de Firmino Cordeiro, Diretor-Geral da AJAP, que falou do trabalho da AJAP, da relevância da formação agrícola profissional e da capacitação dos jovens produtores e outros produtores, destacando-a como “um imperativo básico, se associada a uma boa componente prática do curso, como é o caso, para que paulatinamente a pequena e média agricultura em Moçambique tenha mais ambição, maior produtividade, possa alimentar agregados familiares e potenciar a rentabilidade das próprias famílias pela venda de algumas produções”. O representante da Fenagri alertou os presentes para a importância desta federação de agricultores no país e reiterou o seu apoio incondicional à Academia Agro e ao parceiro de longa data, a AJAP.

Seguiram-se as intervenções de Alberto Carreira, pela Centrocar, que falou sobre o tema das máquinas agrícolas e industriais no país, antecipando uma perspetiva para o futuro do setor, que Rafik Valá, ex-Diretor-Geral do Instituto de Cereais de Moçambique e ex-Diretor Nacional de Agricultura de Moçambique tão bem esclareceu todos os participantes, utilizando como palavra de ordem o diálogo que todos os intervenientes devem ter com os agricultores moçambicanos, independente da sua condição, pequenos, médios ou grandes, dando a demonstrar que Moçambique tem enormes potencialidades nas hortícolas, nos cereais (arroz, milho, soja e até trigo), para não falar na cana-de-açúcar, do caju e outras fruteiras como a manga, citrinos e abacate.

Barnabé Zandamela, coordenador da ZEEA-L, centrou-se nas potencialidades da Zona da Limpopo, destacando o potencial do regadio que, se bem aproveitado, poderá alcançar parte dos desafios a que Rafik Valá aludiu.

Destaque ainda para a presença de Higino Marrule, que na qualidade de ex-ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, de forma original, na sua intervenção, estabeleceu um diálogo muito produtivo com os formandos presentes, ouvindo as suas preocupações, desejos e ambições, dando ênfase crucial a este tipo de ações em que a AJAP, através da Academia Agro, tem participado ativamente para que elas se venham a realizar a um bom ritmo no país. “Não se trata de capacitar e trazer conhecimento, é fundamental a interação dos vários intervenientes em todo este processo”, destacou, como sendo agricultores mais organizados (em associações, cooperativas ou até agrupamentos), organismos públicos ligados ao setor, as empresas fornecedoras dos fatores de produção, universidades e decisores políticos Higino Marrule terminou com uma mensagem de esperança para que este setor seja, no futuro, “impulsionador de um país que tem todas as condições para prosperar ao nível da agricultura, criação de gado,  piscicultura e florestas”.

Na reta final do evento, decorreu a entrega dos respetivos certificados e do Kit Agro, com alguns utensílios, ferramentas, sementes e merchandising entregues gratuitamente pelas empresas de distribuição de fatores de produção associadas à Academia Agro Moçambique.

O encerramento contou com duas brevíssimas apresentações, a primeira, a cargo de António Fagilde, pela Tecap (uma das grandes empresas de distribuição de fatores de produção da Academia Agro), que reforçou a importância desta Academia, da interação entre formandos, formadores e todos os especialistas que passam pelos cursos, tendo destacado a Bolsa de Contactos com que todos os formandos ficam após o término de cada uma destas ações.

Interveio ainda nesta sessão de encerramento Samuel Pereira, Vice-Presidente da AJAP, manifestando-se “muito orgulhoso na evolução da Academia e no esforço que a AJAP tem feito juntamente com os diferentes parceiros para que a resiliência de todos eles seja o precioso ‘combustível’ para que se consiga ultrapassar todas as barreiras para que mais ações de formação e capacitação possam ir surgindo um pouco por todo o país”.

Academia Agro: uma escola de vida

Recorde-se que a Academia Agro, que se iniciou em Maputo, em abril deste ano, pretende ser duradoura e atuar em todo o país. A Academia é muito mais do que um projeto de formação e capacitação, vai ser uma escola de vida, com forte componente na prática real, objetivando melhorar a produtividade das explorações agrícolas e lançar novos jovens mais preparados e mais empoderados para esta atividade.

Com objetivos bastante diversificados a nível formativo, os vários cursos conferem aos formandos uma verdadeira “escola” de vida agrícola. Importa motivar e impulsionar os agricultores de todas as idades frequentem as ações da Academia Agro, não só através de conhecimentos teóricos, como de conceitos de transformação e conservação de alimentos, da prática real e de conhecimentos na área da nutrição e saúde humana.