As previsões agrícolas, em 31 de julho, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para um ano agrícola novamente marcado pela seca que atinge 96,9% do território do Continente, dos quais 34,4% em seca severa ou extrema (a sul do Tejo).
A colheita dos cereais para grão de outono/inverno está concluída, confirmando a atual campanha como a pior de sempre para todas as espécies cerealíferas, resultado dos decréscimos de área e de produtividade.
A escassa produção de matéria verde para o pastoreio, em particular a sul do Tejo, obrigou à antecipação da suplementação dos efetivos pecuários em regime extensivo com alimentos conservados, aumentando a procura num cenário de escassa oferta, com os preços a duplicarem face a 2022.
A instalação das culturas de primavera/verão decorreu com normalidade, com a campanha de regadio assegurada em 60 albufeiras hidroagrícolas, mantendo-se 5 com restrições de utilização de água de rega desde o ano passado. De um modo geral, as culturas de primavera/verão apresentam um regular desenvolvimento, embora no caso do tomate para a indústria se antevejam produtividades inferiores ao normal.
Os pomares de pereiras e macieiras deverão registar decréscimos de produtividade pelo segundo ano consecutivo (10% e 15%, respetivamente). A produção de cereja foi menos de metade (-55%) da campanha anterior.