ENTREVISTA “O setor agroalimentar é um dos que mais vai crescer nos próximos anos” – Nuno Canada

 Nuno Canada, Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) é um dos especialistas parceiros do Laboratório Vivo da Agricultura 4.0. No módulo dedicado à atratividade por fileira, que estará brevemente disponível na plataforma de qualificação, irá abordar as principais tendências no setor agroalimentar e caracterizar as oportunidades de investimento.

Que oportunidades no sector agroalimentar são mais atrativas para os Jovens Agricultores e Jovens Empresários Rurais?

O setor agroalimentar é um dos que mais vai crescer nos próximos anos, pelo que vão surgir muitas oportunidades. Portugal tem dificuldade em competir pela escala. A competição é principalmente pela diferenciação do produto e pela qualidade, portanto, é neste domínio que vão surgir as oportunidades quer no mercado nacional, quer na internacionalização.

Este processo de identificação dos mercados e de identificação do modelo de negócio pode ser muito ajudado pelas organizações da produção como é o caso da AJAP, uma vez que ajudam o Jovem Agricultor a fazer o percurso e a levar o produto até ao consumidor final.

Quais os requisitos de sucesso para um projeto de investimento e fatores críticos de sucesso?

Os factores críticos de sucesso estão relacionados com o saber fazer bem. Isso implica, por um lado a capacitação do agricultor quer nas áreas técnicas, quer nas áreas de competências de negócio e, por outro lado, a capacidade de adotar novas soluções, novas tecnologias, desenvolver novos produtos. Esse processo pode ser, mais uma vez, muito ajudado pelas organizações da produção, uma vez que há outros agricultores que já fizeram este percurso com sucesso e podem servir de mentores para estes agricultores e ajudá-los a ultrapassar as dificuldades e a identificar as melhores oportunidades.

Qual o papel do INIAV no ecossistema empreendedor nacional e que serviços presta ao sector?

O INIAV posiciona-se na interface entre o sistema científico nacional e as empresas e pode ajudar os agricultores quer a testar novas soluções e novas tecnologias, quer a adotar essas novas soluções. Por outro lado, também pode ajudar os jovens agricultores na sua formação e capacitação e tem também serviços muito interessantes que complementam os serviços que as organizações da produção já prestam.