INE divulga breve síntese sobre a evolução da produção e dos preços na agricultura e pescas.
As previsões agrícolas, em 30 de junho, apontam para um ano agrícola novamente marcado pela seca que atinge 85,4% do território do Continente, dos quais 25,6% em seca severa ou extrema (a sul do Tejo), apesar do desagravamento registado no último mês a norte do Tejo.
As primeiras colheitas dos cereais de outono/inverno confirmaram as previsões de uma má campanha. As pastagens e forragens também foram consideravelmente condicionadas pela seca, sendo as disponibilidades forrageiras insuficientes para assegurar a alimentação de muitos efetivos pecuários a sul do Tejo, observando-se um aumento na procura de alimentos conservados num cenário de escassa oferta, com os preços a duplicarem face a 2022.
A instalação das culturas de primavera/verão decorreu com normalidade, com a campanha de regadio assegurada em 60 albufeiras hidroagrícolas, mantendo-se 5 com restrições de utilização de água de rega desde o ano passado. A superfície de arroz deverá aumentar 5%, devido à conclusão das obras nos canais do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado, enquanto no milho para grão de regadio, não se preveem alterações de área face a 2022.
De um modo geral, as culturas de primavera/verão apresentam um regular desenvolvimento, embora no caso do tomate para a indústria se antevejam produtividades inferiores ao normal, consequência de algum aborto floral provocado pela onda de calor.Os
pomares de pereiras e macieiras deverão registar decréscimos de produtividade pelo segundo ano consecutivo (5% e 15%, respetivamente), ainda assim muito inferiores aos observados nas cerejeiras, onde se preveem quebras de produção de 55%, face a 2022.
Preços e índices de preços agrícolas
Em junho de 2023, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas na batata (+84,5%), azeite a granel (+67,5%), frutos (+40,9%), ovos (+32,4%) e suínos (+25,7%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se nos frutos (+8,3%), batata (-10,9%) e hortícolas frescos (-8,5%).
Em março de 2023, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registaram ambos uma variação positiva de 1,5% e 8,9%, respetivamente.Relativamente ao mês anterior, verificou-se um decréscimo de 0,3% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, não se observou qualquer variação.
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