A produção de pera e maçã deverá cair 35% e 25% este ano, respetivamente, devido a condicionalismos fisiológicos e condições meteorológicas adversas, enquanto a produtividade dos olivais recuará 30%, do tomate para a indústria 15% e do arroz 10%.
Segundo as previsões agrícolas a 31 de outubro do Instituto Nacional de Estatística (INE), “essencialmente devido à redução da produtividade dos amendoais de sequeiro do interior Norte, também se prevê a diminuição da produção de amêndoa [em 15%] relativamente ao ano anterior, embora deva atingir a segunda maior produção dos últimos 20 anos”.
Já no kiwi a produção deverá situar-se em redor das 32 mil toneladas, valor semelhante à campanha anterior, tal como na castanha, que deverá manter-se em níveis 9% acima da média do último quinquénio.
Quanto à vinha, numa campanha “com grande heterogeneidade regional”, o INE prevê que a produção deverá diminuir 5% face à vindima anterior, “com boas perspetivas em termos qualitativos (vinhos equilibrados de acidez, teor alcoólico, aroma e cor), mas apreensão quanto ao escoamento do produto (em função da atual situação sanitária)”.
No que respeita às culturas anuais, a produção de tomate para a indústria deverá ser próxima de 1,2 milhões de toneladas (15% abaixo da campanha anterior, em consequência de menores área instalada e produtividade média), e no arroz a produção também deverá diminuir (10%, para 137 mil toneladas, numa sucessão de três campanhas com decréscimos), essencialmente devido à diminuição da área instalada, mas também da baixa produtividade.
Quanto ao girassol, a produção prevista deverá decrescer 20% face a 2019, em resultado de uma menor área semeada, e no milho para grão os resultados das colheitas já realizadas apontam para a manutenção da produção (próxima das 750 mil toneladas).
Segundo o INE, a redução estimada de 30% da produtividade do olival, face à campanha anterior, deverá registar-se “quer na azeitona para azeite, quer na de mesa”, sendo que, “face à diminuição de produtividade, existem áreas significativas de olivais tradicionais que não serão colhidas”, pois os custos de colheita superariam a valorização da produção.
Tal terá implicações também nas unidades de transformação, nota o instituto estatístico, referindo que “os lagares mais pequenos ainda não abriram e os de maior dimensão têm linhas de laboração paradas”.
No que se refere à produção de pomóideas, o INE antecipa uma produção global de maçã de 265 mil toneladas (-25%, face à campanha anterior), “com um nível de qualidade muito heterogéneo”, enquanto na pera se confirma a previsão de diminuição de produção anteriormente avançada (-35%, face a 2019) e, em termos qualitativos, “calibres superiores, maiores teores de açúcar e frutos com mais carepa”.
FONTE: AGROPORTAL/LUSA