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territórios rurais e as comunidades rurais encontram-se cada vez mais próximas dos perfis mais identificadores das áreas não rurais, fruto do desenvolvimento tecnológico, da criação de infra estruturas e vias de conexão, da homogeneização cultural que a internet induz e facilita e, por outro, os usuais conceitos de competitividade ou de rentabilidade da atividade agrícola nem têm mais sentido se não soubermos embeber nesses indicadores os serviços de gestão ambiental e ou de conservação ativa da natureza que assumem, decidida e cada vez mais fortemente, uma parte substantiva da prestação de uma economia agrícola sustentável.
Fazem sentido as políticas discriminativas de determinados
tipos de agricultura mas elas são apenas justificáveis se ao
esforço de investimento público (que não nos esqueçamos
é sempre proveniente do esforço coletivo dos cidadãos,
incluindo os de mais baixo rendimento) houver contrapartidas, adequadamente mensuráveis, de riqueza produzida por quem é dele destinatário. Esta riqueza pode, no caso de uma agricultura com orientação predominante de mercado, ainda que com perfil de tipo familiar, ser medida pela prestação contributiva do empresário, podendo, no caso da agricultura familiar não empresarial, ter em conta os incrementos, valorizados em mercado público, em termos de preservação dos recursos naturais testemunhados por indicadores sólidos e exequíveis de medição. Não fazem sentido políticas que visem apenas sustentar rendimentos (ainda que com intenções bondosas) para manter realidades que, muitas vezes, acabam por não sobreviverem.
NESTE CONTEXTO, ACHAMOS FUNDAMENTAL
UMA POLÍTICA DE INSTALAÇÃO DE JOVENS AGRICULTORES EM TERRITÓRIOS RURAIS
E PROTO RURAIS, TRANSFORMADA NUMA PRO ATIVA POLÍTICA DE STARTUPS DE UNIDADES AGRÍCOLAS DE JOVENS EMPRESÁRIOS.
Neste contexto, achamos fundamental uma política de instalação de jovens agricultores em territórios rurais e proto rurais, transformada numa pro ativa política de startups de unidades agrícolas de jovens empresários. Estas, para além de poderem contar com uma participação pública e não reembolsável de capital para fazer face ao arranque e estruturação da empresa num período inicial determinado, poderiam usufruir de prémios de desempenho, graduáveis no tempo, atribuídos em função dos resultados nos quais se incluíam os contributos positivos em matéria de conservação dos recursos solo, água e biodiversidade bem como a criação de emprego familiar e ou local.
Fica a sugestão!